Hoje estava treinando com um amigo, quando de repente chegou um carinha. Se não me engano, essa foi a terceira vez que ele me encontrou passando um treino de Parkour,e o papo é sempre o mesmo:
‘’Pô cara eu to muito afim de treinar com
você, mas ta complicado por falta de tempo e tal.”
Minha
resposta é basicamente a mesma, todas as vezes:
‘’Bacana
cara, o primeiro passo é o mais importante. É ir ao treino e ter disposição
mesmo. nós treinamos tal dia, tal horário.
Temos grupo no face, e anota meu número aí. Posso até te buscar se for
preciso.’’
Não
dessa vez.
Assim
que ele terminou sua frase ‘’ctrl+c ctrl+v’’, mudei minha abordagem e
perguntei: Cara você quer treinar mesmo?
-
Sim cara, eu quero, mas...
-Mas
nada, cai pro chão aqui vamos pagar 10 flexões.
-Não
cara porque eu to de calça jeans e sei lá não vim pra isso...
-Então
você não quer treinar cara, para de procurar desculpas e vem pro chão comigo!
E
ele foi, pagou duas flexões e se sentou num banco. Eu dei um tempo pra ele
respirar e descontrair com o pessoal, quando passei por ele, o mesmo começou
elogiar o treino e dizer que vai começar a treinar e a mesma ladainha de sempre.”
Eu ia
perder a deixa?
-Vai
começar ainda? Comece agora! Vem pro chão rapaz vamos pagar mais algumas!
E
ele foi! Fizemos várias sessões. Ele curtiu as variações de flexões e com uma
entonação confiante, prometeu que faria em casa os exercícios que lembrasse.
Ainda ouvi ele dizendo para outro amigo:
‘’Que
academia o que cara, com um treino deste tu não precisa de academia não!’’
Sinto
que algo foi despertado em mim, talvez esse dia tenha ensinado muito mais a mim
do que para o jovem gafanhoto do cerrado.
Esse
muro gigantesco de 1mm de espessura e milhares de metros de altura entre o
‘’quero começar’’ e o ‘’vou comecei’’ é um assunto que não devemos subestimar.Precisamos
tratar esta barreira com mais importância.

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