quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A tênue linha entre querer e fazer


Hoje estava treinando com um amigo, quando de repente chegou um carinha. Se não me engano, essa foi a terceira vez que ele me encontrou passando um treino de Parkour,e o papo é sempre o mesmo:
 ‘’Pô cara eu to muito afim de treinar com você, mas ta complicado por falta de tempo e tal.”
Minha resposta é basicamente a mesma, todas as vezes:
‘’Bacana cara, o primeiro passo é o mais importante. É ir ao treino e ter disposição mesmo. nós treinamos tal dia, tal horário. Temos grupo no face, e anota meu número aí. Posso até te buscar se for preciso.’’
Não dessa vez.
Assim que ele terminou sua frase ‘’ctrl+c ctrl+v’’, mudei minha abordagem e perguntei: Cara você quer treinar mesmo?
- Sim cara, eu quero, mas...
-Mas nada, cai pro chão aqui vamos pagar 10 flexões.
-Não cara porque eu to de calça jeans e sei lá não vim pra isso...
-Então você não quer treinar cara, para de procurar desculpas e vem pro chão comigo!
E ele foi, pagou duas flexões e se sentou num banco. Eu dei um tempo pra ele respirar e descontrair com o pessoal, quando passei por ele, o mesmo começou elogiar o treino e dizer que vai começar a treinar e a mesma ladainha de sempre.”
Eu ia perder a deixa?
-Vai começar ainda? Comece agora! Vem pro chão rapaz vamos pagar mais algumas!
E ele foi! Fizemos várias sessões. Ele curtiu as variações de flexões e com uma entonação confiante, prometeu que faria em casa os exercícios que lembrasse. Ainda ouvi ele dizendo para outro amigo:
‘’Que academia o que cara, com um treino deste tu não precisa de academia não!’’
Sinto que algo foi despertado em mim, talvez esse dia tenha ensinado muito mais a mim do que para o jovem gafanhoto do cerrado.
Esse muro gigantesco de 1mm de espessura e milhares de metros de altura entre o ‘’quero começar’’ e o ‘’vou comecei’’ é um assunto que não devemos subestimar.Precisamos tratar esta barreira com mais importância.

Desde o começo deste ano tenho feito mudanças que me geraram bons frutos, deixando os treinos mais interativos e divertidos, mas sem perder o foco do treino. Afinal, o Parkour pode ser divertido, mas não é uma brincadeira.

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